Apresentadas
as principais mudanças, importa lembrar algumas referências presentes no texto
do Acordo Ortográfico que não implicam alterações a escrita, que consistem em mudanças
meramente formais, sem impacto no uso, ou que tendem a causar dúvidas.
k, w,y
Na
prática, estas letras já eram utilizadas em alguns casos, mantendo-se o âmbito
do seu uso inalterado:
nomes de pessoas e seus derivados (Darwin, darwinismo),
nomes de lugares e seus derivados (Kosovo, kosovar);
siglas, abreviaturas e símbolos de convenção internacional (SW - por sudoeste -, kg - por quilograma -,
ou K - por potássio) e
palavras oriundas de línguas que não o
português (baby-sitter,
bowling ou karaoke).
ü
O
trema continua a ser apenas usado em nomes
próprios e nos seus derivados, como é o caso de
Hübner e
hübneriano ou
Müller e
mülleriano.
Até
esta reforma, este sinal tinha um uso mais alargado na norma ortográfica
seguida no Brasil.
Victor,
Baptista, Mello, Tintas Activa, Seguradora Óptima
Como
aconteceu em anteriores reformas, as formas ortográficas que são alvo de
registo ou proteção legal não têm que ser alteradas.
É
o caso dos
nomes de pessoas e de marcas,
firmas,
sociedades e títulos que estejam inscritos em registo público.
pode,
pôde, por, pôr, amamos ou amámos
Apesar
de terem sido eliminados alguns acentos que serviam para distinguir palavras
que pela aplicação normal das regras gerais se escreveriam do mesmo modo, mantém-se
o acento em algumas palavras com essas caraterísticas.
Continuam,
deste modo, a distinguir-se graficamente através de acento gráfico as formas pode (presente do indicativo) e pôde (pretérito perfeito) do
verbo poder, as formas demos
e dêmos, do verbo dar, e as
formas por, preposição, e pôr, verbo.
Da
mesma forma, continuam a poder distinguir-se
por meio de acento as formas da primeira
pessoa do plural do presente do indicativo e do pretérito perfeito dos verbos
da primeira conjugação (terminados em -ar), como nos casos de amamos
ou amámos, do verbo amar, e falamos ou falámos, do verbo falar.
andar-modelo,
saca-rolhas, Trás-os-Montes, cabo-verdiano
O
uso do hífen nas palavras compostas mantém-se inalterado.
É
o caso dos compostos que internamente são formados por dois nomes
andar-modelo ou
operação-relâmpago,
por
um verbo e um nome
conta-gotas ou
guarda-fatos
ou
com os advérbios bem e mal
bem--aventurado,
mal-estar.
Em
muitos casos, nomeadamente aqueles em que uma palavra composta envolve um adjetivo,
a utilização de hífen não é descrita sistematicamente, razão pela qual se
aconselha a consulta do Vocabulário Ortográfico do Português.
Mantém-se
também o uso do hífen em unidades
discursivas lexicalizadas
ai-jesus,
maria--vai-com-as-outras
e
em encadeamentos vocabulares
ocasionais
aquilo-aue-eu-sei-gue-tu--sabes,
o
percurso Lisboa-Coimbra-Porto
ou
o
jogo Sporting-Benfica.
As
palavras que derivam de nomes de
lugares com mais que uma palavra também continuam a escrever-se com
hífen.
É
o caso de
Mato Grosso > mato-grossense,
Nova Iorque > nova-iorquino,
Porto Alegre > porto-alegrense.
No
caso dos nomes de lugares compostos,
continuam a ser hifenizados os iniciados pelos adjetivos grão e grã
Grã-Bretanha,
Grão-Pará,
por
forma verbal
Abre-Campo,
Passa-Quatro
ou
cujos elementos estejam ligados por
um artigo
Albergaria-a-Velha,
Trás-os-Montes.
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